sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Michael Kiske com saudades da fase "Keepers"


Thomas Schwarzkopf do Myglobalmind recentemente conduziu uma entrevista com o ex-vocalista do HELLOWEEN e atual UNISONIC, Michael Kiske. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.

Myglobalmind: Depois que você saiu do Helloween, você sabe que muitos fãs de metal ficaram ofendidos sobre as suas declarações sobre o heavy metal em geral.

Kiske: Não se tratava do metal, e toda essa porcaria satânica que se passa por lá. A coisa é que havia muita raiva dentro de mim, por causa de más experiências. Fiquei muito desapontado como as coisas se desandaram com o Helloween, eu fazia os meus registros e certos críticos ficavam só reclamando deles, que eu não estava tentando soar como Helloween ou qualquer outra coisa. Houveram tantas coisas em jogo e talvez isso me desanimou com o que eu sentia sobre a cena e tudo mais. Eu sempre fui uma pessoa muito espiritual e quando eu dei um tempo eu mergulhei em livros e eu ficava lendo e lendo e fiquei ainda mais espiritual, eu levo muito à sério certas questões em termos de humanidade e, pensar dessa maneira, ficou ainda mais difícil para mim em ser à favor de certos satânicos e essas porcarias desumanas que insistem em vangloriar o que se passa na cena, mas não é toda a cena. Metade dos fãs de heavy metal são bastante puros. Eu preciso fazer uma turnê novamente, eu preciso conhecer o público - vê-los, ouvi-los e falar com eles. Nas revistas, isso também se iguala à grande parte do hard rock e que o metal é satânico, mas não é. A maioria das pessoas não dão a mínima para essas coisas. É muito bom e amável, é apenas música com guitarras e até concordo com a forma de como eu vejo as coisas. Eu tive essa experiência. Minha raiva desapareceu. Eu ainda sou contra essas bandas e esses tipos de coisas, porque eu acho isso errado. Mesmo aquelas pessoas que se colocam em um palco e cantam sobre o ódio e cospem essa vibração negativa, mesmo que elas queiram amor! Quando se tem uma namorada, eles só querem amar, como se recebessem o amor de uma mãe quando se é um bebê, você sabe, é a mesma coisa. Eles retratam esta imagem fria quando eles tocam como se não tivessem um coração, mas no final todo ser humano quer ser amado.

Myglobalmind: Você está satisfeito como tudo acabou em sua carreira ou existe alguma coisa que você ainda está amargamente arrependido?

Kiske: Devo dizer que até mesmo as coisas negativas acabaram bem no final. Eu aprendi muito com isso e eu amadureci como pessoa. Tem só uma coisa que eu acho muito triste, é que eu acho que os anos do "Keeper Of The Seven Keys" com Kai Hansen, Ingo (Schwichtenberg - baterista)...você sabe, a fase "Keepers" do Helloween, foi muito curta. Eu acho que nós simplesmente começamos e depois acabamos. Acho que deveríamos ter feito pelo menos mais dois registros. Isso é o que eu acho bem triste. Bandas como IRON MAIDEN, eles fizeram um círculo completo. Tiveram seu auge e eles fizeram os seus melhores discos, eles contaram a história. Eles disseram tudo o que eles podiam dizer musicalmente, na minha opinião. O Helloween...quero dizer, Helloween da fase "Keepers", porque o Helloween de hoje é uma banda diferente...Eu acho que o Helloween daquela época, nós nunca chegamos a dizer tudo o que tínhamos que dizer artisticamente, e isso é muito triste.

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