segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Entrevista com a banda Symmetrya


Hoje o em dia o metal nacional ainda está na luta, mas ainda existe respeito e atenção pelas bandas que estão começando ou que já possuem algum tempo de estrada. Do criador a criatura...cabe a essas novas bandas carregarem o legado que está sendo deixando pelas grandes bandas que começaram tudo. O heavy metal brasileiro é um dos mais respeitados do mundo e temos sorte de termos um apanhado de músicos dedicados com a cena. Um belo exemplo vem do sul do país, a banda de Santa Catarina, SYMMETRYA, aposta na humildade e profissionalismo em sua conduta. A banda vem ganhando espaço importante, como na divulgação do seu mais recente trabalho "Last Dawn", tendo ótimos reviews e feedbacks positivos.

Com isso, o site Whiplash.Net, se interessou em fazer uma entrevista com dois membros da banda. O vocalista Jurandir Junior e o tecladista Milton Maia reservaram um tempinho na agenda para conversar e responder algumas perguntas sobre a banda. Eles falaram sobre carreira, o disco mais recente, futuro, expectativas e muito mais confira:

Whiplash: E aí Milton, Jurandir, beleza? Eu queria começar essa entrevista com uma pergunta básica, quais são as influências da Symmetrya e qual a proposta da banda?

Jurandir Jr.: São bem variadas, cada integrante tem a sua, que vai desde músicas pop anos 80 indo até o thrash metal. A proposta da banda é mesclar elementos do hard rock, progressivo, power e heavy metal tradicional com muita melodia.

Whiplash: Legal. Nos conte sobre a cena em Joinville/SC, como está o repertório de bandas por aí?

Jurandir Jr.: A cena da cidade, está melhorando com o tempo, já foi bem fraca anos atrás, mas temos ótimas bandas de metal por aqui, como FLESH GRINDER, ZOMBIE COOKBOOK, LUCIFEIANO, etc.

Whiplash: Legal você mencionar mais essas bandas, até porque eu sei que também tem a SEXY PEARL e os guris da ODYSSEYA, seus conterrâneos, e estão preparando novidades. Falando nisso, O álbum mais recente da Symmetrya, "Last Dawn", é um disco mais direto, mas com muito mais qualidade. Estes 7 anos que passaram após o lançamento do primeiro disco, "Eternal Search", foram fundamentais quanto a isso?

Jurandir Jr.: Com certeza está muito melhor produzido e arranjado pela banda, isso se deve a estrada que a banda teve nesses 7 anos do primeiro álbum e 13 anos de banda. E obviamente a evolução musical da banda e empenho de todos, músicos, fãs, e apoiadores da Symmetrya, que sempre estão sugerindo algo.

Whiplash: Como chegaram no conceito de "Last Dawn", de quem foi a ideia? Me fale um pouco sobre as músicas.

Jurandir Jr.: Numa conversa minha com o Milton (Maia/tecladista), chegamos nesse conceito que é basicamente sobre o fim. Depois passamos para toda a banda e todos curtiram a ideia.
Na verdade, preferimos que nossos fãs leiam as letras e se identifiquem com elas. Mas temos a "Something in The Mist", que fala sobre o livro e filme 'The Mist' do escritor americano Stephen King. Temos uma trilogia que narra a história de Athena, baseada no livro 'A Bruxa de Portobello' de Paulo Coelho. A "Darkest Love" fala sobre um amor sombrio que narra a história de um homem que se apaixona por uma mulher que encontra somente em seus pesadelos.

Milton Maia: Sempre abordamos um pouco de literatura em nossas letras, que abordam o cotidiano das pessoas, porem preferimos que as pessoas interpretem do seu jeito.

Whiplash: Convidar o designer gráfico brasileiro Gustavo Sazes para ilustrar a capa de "Last Dawn" caiu como uma luva, vocês ficaram satisfeitos com a arte da capa?

Milton Maia: Ficamos super satisfeitos com o resultado final da arte da capa e de toda a ilustração do encarte, ficou exatamente do jeito que desejávamos e recebemos muitos elogios sobre a arte da capa; A proposito todos os trabalhos do Gustavo são excelentes.



Whiplash: Concordo, eu até fiz um artigo sobre as capas que ele cria, ele é, indiscutivelmente, um cara muito criativo. Por falar em participações, outra grande presença no disco é a de Rafael Bittencourt, guitarrista do ANGRA. Ele gravou o solo da faixa "Something in The Mist", como foi ter a presença de um músico renomado como o Rafael no álbum da Symmetrya? E como rolou o convite?

Milton Maia: Foi sensacional contar com a participação de um guitarrista tão talentoso em uma música do nosso álbum. Em relação ao convite, eu já mantinha contato com ele há um bom tempo e resolvi mostrar esta música ao Rafael Bittencourt que gostou muito, onde posteriormente fiz o convite para ele gravar uma participação nessa música que ele topou de imediato.  

Whiplash: A banda contava com Ney Solteiro na guitarra, que repentinamente deixou a banda. Ele chegou a participar do processo de composição em "Last Dawn"?

Milton Maia: Sim ele deixou a banda de forma amigável, para seguir seus outros projetos. Ele participou do início do processo de composição, onde ele é o compositor da melodia da música "something in The Mist", exceto as letras.

Whiplash: Com a saída dele, o line-up da banda sofreu uma pequena alteração, o baixista Alexandre Lamim assumiu as guitarras, e Jacson Luiz foi convocado para ser o novo baixista, como foi esta adaptação?

Milton Maia: Foi relativamente simples, pois Alexandre Lamim já tocava guitarra com outras bandas pela cidade e o Jacson, baixista conhecido em Joinville, assumiu seu lugar.

Whiplash: Grande responsa. Bacana também foi o vocalista da banda, Jurandir Júnior, ter sido indicado no Whiplash.Net como uma das vozes promissoras do metal nacional, parabéns cara, o que você tem a dizer sobre isso?

Jurandir Jr.: Pra mim foi uma grande surpresa e satisfação enorme. É um grande reconhecimento e retorno ser indicado pelo melhor site de metal brasileiro.


Whiplash: Em 2014 vocês embarcaram para o Uruguai e tocaram na capital Montevidéu, a banda foi bem recebida pelo público?

Milton Maia: Sim nos apresentamos para cerca de 250 pessoas na capital Montevidéu e foi um show sensacional, fomos muito bem recebidos e as pessoas podem conferir vídeos e fotos em nossas páginas do facebook e Twitter.

Whiplash: Eu vou deixar os links no final da entrevista. Como é que foi a estadia lá na capital uruguaia, algum imprevisto ou correu tudo bem por lá?

Jurandir Jr.: Fomos recebidos muito bem, o público rapidamente se envolveu e contagiou a banda no palco. Tivemos um imprevisto somente na ida, onde 2 integrantes da equipe esqueceram de levar as identidades e tiverem que entrar clandestinamente pela fronteira, e nessa hora foi muito tenso.

Whiplash: Pois é, imagino! (risos)

Jurandir Jr.: Mas hoje esta situação é sempre lembrada com muitas gargalhadas por todos da banda e equipe.


Whiplash: Por aqui, ao longo de 2015, a Symmetrya abriu para duas grandes bandas do metal mundial, o SONATA ARCTICA no mês de março e para o Angra em junho. Como foi dividir o palco com estes dois monstros do heavy metal?

Milton Maia: Foram shows memoráveis e o público dessas bandas curtiram muito o nosso show, cantando, aplaudindo, etc. As pessoas podem conferir alguns vídeos e fotos dessas apresentações em nosso canal do youtube e também pelas redes sociais. Além dessas bandas que você citou, também já dividimos o palco com PRIMAL FEAR, DARK MOOR, PAUL DI'ANNO, SHAMAN (fase Andre Matos), HANGAR, etc.

Whiplash: Ainda no mês de junho, vocês se apresentaram no Workshop de Kiko Loureiro (Angra, MEGADETH) e juntamente com o guitarrista tocaram um clássico do Iron Maiden. Como é que foi o entrosamento entre vocês, já conheciam ele?

Milton Maia: Dividir o palco com uma lenda e um ícone do metal mundial foi uma marca na nossa trajetória e também foi bastante empolgante. A música foi tocada no improviso e ele foi muito receptivo conosco.


Whiplash: Há alguns meses atrás o DR. SIN, umas das mais importantes bandas do cenário nacional anunciou o fim das atividades, alegando desgaste emocional e falta de expectativa com o rock no Brasil. Vocês acham que uma banda com 23 anos de carreira terminar desta maneira causará uma certa desmotivação nas bandas que sonham em crescer?

Jurandir Jr.: Eu acredito que não desmotive as outras bandas, mas com certeza é uma grande perda para todos nesse mercado. Sei que é muito difícil manter o nível e a motivação por um longo período, mas no nosso caso amamos a música e vamos continuar lutando pelo metal nacional.

Whiplash: Resposta animadora, então oque você acha que o metal nacional precisa para ganhar mais espaço e ser reconhecido e respeitado?

Jurandir Jr.: Essa pergunta é muito boa e difícil de responder, mas para mim as bandas têm que continuar lutando por espaço, mesmo quando parece impossível, tem horas que é difícil manter. Sei que é clichê, mas acredito que deveria haver mais união entre bandas, organizadores, público, mídia, etc., pois só assim no futuro teremos outro Angra ou Sepultura, que representam muito bem o Brasil lá fora.

Milton Maia: Precisamos criar uma estrutura de divulgação na mídia, organização de shows, apoio as bandas, similar ao que existe em outros estilos populares.


Whiplash: Alguma previsão quanto a o sucessor de "Last Dawn"? Podemos esperar um novo disco para o próximo ano?

Milton Maia: Está em andamento...será gravado em 2016!

Whiplash: Valeu Jurandir, valeu Milton, obrigado pela entrevista, foi uma honra. Gostariam de deixar um recado para os fãs e para os novos ouvintes?

Jurandir Jr.: Continuem apoiando o metal e suas bandas, comprando material delas e indo aos shows. Obrigado a todos e ao Whiplash.

Milton Maia: Obrigado pelo espaço e acesse nossas páginas nas redes sociais para conhecer melhor a banda.


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2 comentários:

  1. Parabens pela entrevista, o Symmetrya é um orgulho para o metal nacional. Não me liguei no "time line", mas acho que logo após essa entrevista, pintou convite para Lima/Peru e Buenos Aires/Argentina... Será? Será? Se foi isso mesmo, por favor, não esqueçam das Identidades! KKKKKKKK. Parabéns.

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    1. Hahahaha....acho bom já acostumarem!!!! Quem sabe Japão, Europa!!!! hehehe

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